14 dezembro 2007

Há coisas que nunca irei conseguir ultrapassar mesmo que viva muitos anos. Aquelas que me tocam lá bem nos confins do meu ser, aquelas que estão guardadas e trancadas, escondidas e muito bem disfarçadas... aparentemente...
Há coisas que não posso evitar, nem contornar, nem jamais esquecer... Perdoar também é uma palavra dificil no meu dicionário... Mesmo que esse perdão seja a nada, a ninguém... nem mesmo a mim...
Soltam-se, cristalinas, salgadas, quentes, as lágrimas do perdão sem perdão, da dor distante e tão pontiaguda que está presente e me destrói as defesas, e me abre a caixa, e me recorda as coisas de que nunca me esqueço....
Choro contigo, e com quem mais queira chorar conosco. Choro porque quero não chorar, mas os teus olhos cheios de mágoa e saudade e tristeza, olham para mim a pedir conforto, ânimo, uma palavra que não sai... e a minha alma apertada... e os meus olhos transtornados choram contigo. Não por ti, mas para ti e por mim... Por tudo o que está no meu cofre forte, a que raramente alguém tem acesso...